Produtores associados: António de Macedo, Tobis Portuguesa e Francisco de Castro
Director de produção: Henrique Espírito Santo
Assistentes de produção: João Franco e Monique Rutler
Fotografia: Elso Roque
Director de som: João Diogo
Operador de som: José de Carvalho
Música: popular portuguesa
Registo musical: Michel Giacometti
Sonoplastia: Hugo Ribeiro
Misturas: António de Macedo e Hugo Ribeiro
Montagem: António de Macedo
Assistente de montagem: Clara Diaz-Berrio
Exteriores: Palheiros da Tocha, Tocha, Figueira da Foz, Buarcos, Gala, Costa de Lavos
Estúdios: Tobis Portuguesa
Elenco: Guida Maria (Maria do Mar), Sinde Filipe (Labareda), João Mota (João), Luís Santos (Pai), Maria (Joaquina), José Rodrigues Carvalho (Mário), Fernando Loureiro (Cigano), Francisco Machado (Padre Couto), Celeste Alves (Intriguista), Luís Barradas (Cigano), Fernanda Coimbra, Grece de Castro, Agostinho Alves, João Lourenço, António Maia
Sinopse
José e Maria, habitantes de uma aldeia de pescadores, fizeram um voto de castidade, num acto de desespero, para tentar salvar o pai de José que pescava num dia de tempestade. Mas Labareda, um cigano acolhido pelo casal após ter chegado à aldeia ferido, irá pôr à prova o seu celibato “forçado” e, consequentemente, a sua fé.
Crítica
Como diria Leitão Barros, a haver uma indústria de cinema em Portugal, António de Macedo seria dos poucos a conseguir fazer carreira, e a prová-lo está este filme, A Promessa. A produção, os cenários e os (por vezes exagerados) “artifícios” técnicos colocam-no ao nível da produção média internacional da época, não sendo por isso de estranhar que este tenha sido um dos filmes mais vistos do Cinema Novo. Facto curioso, uma vez que é também o filme (ou o autor) que mais se afasta dessa nova geração, fazendo prevalecer uma visão industrial e um experimentalismo técnico em detrimento das preocupações sociais e de identidade que moviam os restantes autores.
A acção, tal como em Mudar de Vida de Paulo Rocha, desenrola-se numa típica aldeia de pescadores, mas ao contrário do primeiro não tenta fazer o retrato de uma sociedade maioritariamente pobre e sem esperança no futuro, explorando antes a questão da influência nefasta que a religião exerce sobre um povo ignorante. Todo o filme tem, por isso, uma espécie de aura esotérica que vai de encontro aos interesses do próprio autor, que se diz anarco-místico. Para tal, contribuem o uso da cor, do nevoeiro, de planos em câmara lenta e de uma certa representação mais teatral. Também merecedora de destaque é a fotografia de Elso Roque que, em consonância com o misticismo de António de Macedo, proporciona momentos de quase exaltação, como na poderosa cena da violação ou a pictórica cena final.