Assistentes de realização – José Nascimento e Francisco Manso
Anotação - Francisco Machado
Fotografia – Manuel Costa e Silva
Assistente de imagem – Pedro Efe
Iluminação – Manuel Carlos Silva e Carlos Manuel da Silva
Electricistas – Laurentino da Silva, João de Almeida, José Simões
Decoração – Mário Alberto
Director de som – Alexandre Gonçalves
Operadores de som – João Diogo, José de Carvalho e Luís Filpe
Música – Luís de Freitas Branco
Canções – Camaradas de João Aboim; fado por Maria do Rosário Bettencourt
Montagem – Fernando Matos Silva e Alexandre Gonçalves
Assistente de montagem - Teresa Olga
Estúdios – Tóbis Portuguesa
Intérpretes - João Mota (João), Maria do Céu Guerra (Inês), Zita Duarte (Leonor), Fernando Gusmão (Soares), Helena Félix (Mariana), Maria do Rosário Bettencourt (Fadista) Ana Paula e Alice Barbosa Ferreira (Gémeas)
Festivais - Prémio da Imprensa (cinema), 1974; Festival Internacional de Mannheim-Heidelberg, 1974 – Prémio: Interfilm Award
Sinopse:
João, um jovem desajustado e ‘mal amado’ à procura de respostas, abandona os estudos e, através dos contactos do pai, começa a trabalhar num escritório. Rodeado de mulheres, acaba por se envolver com Inês, a sua chefe, uma mulher solitária que vive assombrada pela morte do irmão na guerra colonial. Mas se, inicialmente, a sofisticação e a posição social de Inês entusiasmam João, no final acaba por escolher Leonor, uma mulher de valores mais tradicionalistas. A obsessão e o ciúme levam Inês à loucura que, com a arma do irmão caído em África, mata João a tiro.
Crítica:
Último filme proibido pela censura e o primeiro exibido após a Revolução, O Mal Amado é um momento feliz da história do cinema português, não só por ter sido o primeiro filme exibido em liberdade, mas também - e principalmente – por ser uma obra rica, bem filmada e com a coragem de representar um tema que, apesar da sua importância, foi de certo modo negligenciado pelo cinema nacional. O filme centra-se, sobretudo, no conflito entre os costumes tradicionalistas, representados na família de João, e as ideias progressistas por ele defendidas, e expressas através de discursos e citações (em voz off ou declamados directamente para a câmara). Inês, com quem João trabalha e se envolve amorosamente, representa no filme as consequências violentas da guerra colonial na sociedade portuguesa.
A fluidez da narração, apoiada numa câmara frenética na fronteira com o documentário, bem como o cuidado na composição dos planos e dos longos travellings (os horizontais filmados no bairro de Campo de Ourique ou o circular em volta de um poste de iluminação pública enquanto João e Leonor se beijam), são certamente resultado do facto de Fernando Matos Silva ter trabalhado anteriormente com os principais nomes do cinema português: Paulo Rocha em Os Verdes Anos e Mudar de Vida, Fernando Lopes em Belarmino, mas também com François Truffaut em La Peau Douce.