Assistentes de realização - João Matos Silva e Jorge Paixão da Costa
Delegados de produção - Faria Alboim e Alfredo Tropa
Assistentes de imagem - Carlos Ferreira e António Vasconcelos
Focos - Mário Pereira
Electricistas - Manuel Carlos da Silva, Carlos Manuel da Silva e João Silva
Maquinista - Carlos Manuel Silva
Director de som - Alexandre Gonçalves
Sonoplastia - Alexandre Gonçalves
Montagem - Fernando Lopes
Laboratório de imagem - Tóbis Portuguesa e Madrid Filmes (Espanha)
Laboratório de som - Nacional Filmes
Rodagem - Junho de 1968 a Julho de 1969
Género - Ficção (drama social)
Festivais - Festival de San Sebastian (1972)
Intérpretes - Laura Soveral, João Guedes, Zita Duarte, Ruy Furtado, Carlos Ferreira, Adriano Reis, Fernando de Oliveira, Maria Teresa, Companhia de Teatro Desmontável de Rafael de Oliveira
Em Uma Abelha na Chuva, rodado nas paisagens da Gândara em 1968 mas que por razões de produção só se estreará em 1972, o realizador de Belarmino radicaliza o discurso e experimenta uma abordagem ao cinema que faz prevalecer a ideia de montagem à de mise-en-scène. Uma Abelha na Chuva é uma adaptação cinematográfica do romance homónimo de Carlos de Oliveira e mostra um universo opressivo, marcado por silêncios, desencontros, frustrações e conflitos entre personagens, mas a Fernando Lopes não interessou fazer um filme que documentasse o mundo rural. “Vivi na província até relativamente tarde e, ainda hoje, as pessoas mais chegadas da minha família são camponeses pobres. Talvez por isso, o ter procurado fugir, o mais que me era possível, a uma representação muito naturalista da realidade rural portuguesa, porque tive medo de cair num certo tipo de demagogia visual.” (Fernando Lopes) O filme reflecte as diferenças e as difíceis relações entre classes e é determinado pelo cruzamento de duas histórias paralelas: de um lado, um universo de repetição e de amores reprimidos, centrado em Maria dos Prazeres (Laura Soveral) e Álvaro Silvestre (João Guedes), os representantes de uma burguesia rural em desagregação; do outro, a passagem da felicidade à tragédia de Clara (Zita Duarte) e Jacinto (Adriano Reis), respectivamente a criada e o cocheiro dos primeiros. Um ambiente cinzento e frio marca insistentemente o filme, mergulhando as personagens numa atmosfera imprecisa, criando uma paisagem rural quase onírica, retrato de um mundo em declínio.