"Víamos (vivíamos) esta casa como um manifesto face aos conflitos existenciais e ideológicos da época, em que novas práticas familiares procuravam encontrar a sua espacialidade; ela testemunhava que a coabitação doméstica que então idealizávamos tinha um suporte espacial não só possível, como sólido, confortável e belo. (...) O seu modo reservado contém importantes instruções para uma aproximação humanista ao projecto do espaço doméstico: fluidez, intensidade e multiplicidade surgem como atributos indispensáveis a uma arquitectura que pretende ultrapassar obsoletas convenções herdadas, integrar a ambivalência e admitir a metamorfose na recomposição da cultura do habitat."
Maria Manuel Oliveira, “Linha de Sombra” in Só Nós e Santa Tecla